segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Será que Angola encontrará o caminho da democracia?

Conheça um pouco da história política de Angola.

"O MPLA, maior partido de Angola e no poder desde a independência, em 1975, realiza na segunda-feira o seu VI Congresso, o segundo do pós-guerra, com a nova Constituição e a luta pela transparência do Estado na agenda.

Este congresso, que decorre de segunda a quinta-feira, é o segundo em tempo de paz, tendo o anterior sido realizado em 2003, cerca de um ano depois do fim da guerra em Angola, com a morte em combate do líder da UNITA, Jonas Savimbi.
Fundado oficialmente a 10 de Dezembro de 1956, o MPLA apenas realizou o seu I Congresso em 1977, onde se constituiu como MPLA-Partido do Trabalho, elegendo o então Presidente da República, António Agostinho Neto, como seu líder.
A página oficial do MPLA justifica por “necessidade histórica” a realização do I Congresso em 1977, dois anos depois da independência, a 11 de Novembro de 1975, e 21 anos após a fundação do partido.
A 20 de Setembro de 1979, no seguimento da morte, em Moscovo, de Agostinho Neto, o Comité Central do MPLA escolhe José Eduardo dos Santos para presidente do partido. É investido no dia seguinte, passando a acumular também os cargos de Presidente da República Popular de Angola e de Comandante em Chefe das Forças Armardas Populares de Libertação de Angola (FAPLA).
O I Congresso Extraordinário do MPLA, realizado em Dezembro de 1980, confirmou José Eduardo dos Santos nos cargos que ocupava após a morte de Agostinho Neto.
O II Congresso do MPLA realizou-se em 1985 e ficou marcado, oficialmente, pela análise da primeira década de Angola enquanto país independente, definindo a estratégia para o futuro.O MPLA, nesta altura, contava com 34.732 membros.
Em 1990, realiza-se o III Congresso, do partido, com as mudanças projectadas pela queda do muro de Berlim e o desmoronamento soviético a marcar os trabalhos do conclave do partido em Angola.
Seguiu-se a abertura ao multipartidarismo, num período historicamente importante, quando se desenvolviam transformações políticas, económicas e sociais em quase todo o globo e que tiveram como consequência o clima de desanuviamento da tensão internacional e regional resultante do fim da guerra fria.
O MPLA já contava então com 65.362 militantes, dos quais 7.540 mulheres.O IV Congresso decorreu em 1998 e é a gestão da guerra com a UNITA, bem como as mudanças estruturantes na sociedade e no país que marcam a agenda. Já em tempo de paz, em 2003, o V Congresso marca a definição das linhas mestras do programa de reconstrução nacional iniciado com maior vigor em 2004 com recurso às milionárias linhas de crédito chinesas, sustentadas pela crescente produção petrolífera do país.
Nas notas finais do último congresso do MPLA, ficou registado “com alegria” a “forma digna como os militantes, simpatizantes e amigos do MPLA foram capazes, em tão pouco tempo, de perdoar e superar os traumas do passado, e como encaram agora, com espírito aberto, o confronto de ideias e a luta política, característicos de uma sociedade livre e plural”.
Consolidada a paz no país e com a democracia angolana sistematicamente questionada pelos actuais rivais políticos - os antigos inimigos militares da UNITA - a nova Constituição, que vai definir o novo modelo de eleição presidencial, e a luta contra a corrupção, para a qual o líder do partido pediu “tolerância zero”, serão os pontos quentes a debater nos três dias de trabalhos do VI Congresso do MPLA."

Lusa/RB

Será que Angola encontrará o caminho da democracia?

Um comentário:

  1. Pelo quadro de uma Angola pós-guerra, que vc tão sabiamente pintou através do seu olhar imparcial, mas ao mesmo tempo instigante, acho que os angolanos ainda vão percorrer um longo e penoso tempo até chegar à uma democracia de fato. A conquista de uma democracia plena exige muita revolução, interior e exterior, além da boa vontade e bom senso dos governantes e de seus liderados, o que não é tão fácil de acontecer no contexto atual! Desejo uma Angola livre e democrática!

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