sábado, 12 de dezembro de 2009

Um encontro com a história!

Acredito que na vida, nós seres humanos, estamos sempre nos encontrando...no tempo e no espaço, independentemente da cultura, da língua, dos aspectos naturais, da economia e da política, da cor da pele e do tipo de cabelo, do lugar e da hora...estamos sempre nos encontrando.

Hoje, sábado, esse encontro foi no Museu da Escravatura de Luanda...encontrei o lugar de onde saíram muitos dos nossos antepassados...negros angolanos, milhares...muitas correntes, amarras, sofrimento, tráfico, lágrimas, braços, pernas, cabeças, famílias, navios, oceano Atlântico, cultura, fome, doenças... escravidão.




"O estudo do processo de escravização dos povos africanos é essencial para que se compreenda a situação atual de desigualdade no planeta. Revela uma longa história de exploração e subjugação de populações fragilizadas por outras, mais equipadas. Demonstra também que a desestruturação econômica e cultural tem efeitos desastrosos de longa duração.
Do ponto de vista econômico, a escravidão foi uma forma eficiente de acumulação primitiva. No que diz respeito às pessoas foi uma violência irreparável, que pressupõe, dentre outros fatores, a existência de povos muito pobres, mão-de-obra excedente que possa ser explorada em benefício de outros, poucos. Assim, parte do atual contexto socio-econômico da África, de miséria e exclusão, é conseqüência de fatos passados.

 

A colônia de Angola (cuja especialidade era a exportação de mão-de-obra escrava pelo porto de Luanda) foi alvo de competição entre portugueses e holandeses no séc. XVII e as armas usadas nesse período mais tarde foram aproveitadas para a submissão de populações vizinhas.  A disputa entre os colonizadores, vencida pelos portugueses, que a partir de então se lançaram à captura direta de escravos nas chamadas guerras angolanas. Foi dessa forma que Angola se tornou um centro importante de fornecimento de mão-de-obra escrava para o Brasil, onde crescia não apenas a produção de cana-de-açúcar no Nordeste, mas também a exploração de ouro na região central.

Mais que isso. Navios com mercadorias de Goa faziam escala em Luanda lá deixando panos, as chamadas “fazendas de negros”. Dali seguiam para Salvador, na Bahia, carregados de escravos e de outras mercadorias provenientes da Índia (como louças e tecidos)

O Brasil foi um dos protagonistas da escravidão no mundo.

A escravatura foi determinante na conformação das sociedades brasileira e africana. Na África, a exploração da mão-de-obra escrava, primeiro pelos árabes e depois pelos europeus, provocou uma desestruturação de enormes proporções, que ainda não foi superada. Guerras, doenças e pobreza devastam, até os dias atuais, grande parte do continente, cujas riquezas naturais seguem sendo escoadas para os cofres de povos já exageradamente ricos. No Brasil, criou uma situação social injusta, em que as oportunidades ao alcance dos afro-descententes são sempre menores, e menos interessantes, do que as oferecidas aos euro-descendentes e aos originários da Ásia."


Em algum momento a história terá de corrigir seus desvios. Ao longo dos tempos a lógica econômica determinou que houvesse sempre dominadores e dominados, exploradores e explorados, livres e cativos – de maneira explícita ou não. Nesse movimento, os povos africanos perderam sua cultura, sua liberdade, suas riquezas. A história mostra que há pontos de inflexão, em que as transformações se mostram inevitáveis, e ocorrem em processos pacíficos ou por revoluções. No entanto, como afirmou o economista Celso Furtado, "... as observações que vimos de fazer referem-se a simples hipóteses escolhidas em um campo aberto de possibilidades históricas. Por exemplo: é possível que se prolongue por muito tempo a fase de estagnação..." (FURTADO, Celso. Formação Econômica da América Latina. 2a ed. Rio de Janeiro: Lia, 1970 p. 365)

Como foi possível tanta crueldade?
A escravidão foi um dos piores períodos da história da humanidade...Por que escravizar seu semelhante? São muitas as histórias...



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Um dia para celebrar as EMOÇÕES!

Quando eu estou aqui... LUANDA, ANGOLA
Eu vivo esse momento lindo...O ENCONTRO DE FALAS CHEIAS  DE VERDADE
Sentindo...O DESAFIO ENFRENTADO, A MISSÃO CUMPRIDA
São tantas EMOÇÕES já vividas...HOJE, ESPECIALMENTE
São momentos DE TRABALHO REALIZADO, DE RETORNO COMPETENTE
Que eu não me esqueci...NEM ESQUECEREI
Detalhes de uma vida...DE HUMOR E RESPEITO
Histórias que eu contei aqui... APRENDI
Amigos eu ganhei...CONFIANÇA
Saudades eu senti partindo...LÁGRIMAS
Mas não deixo de amar...O SER HUMANO, NUNCA
Se chorei ou se sorri...MUITA ALEGRIA,  TENSÕES
O importante é que EMOÇÕES eu vivi...
E as emoções se repetindo...AQUI E LÁ
Em paz com a vida...EU ESTOU
E o que ela me trás...MUITAS FELICIDADES
Na fé que me faz OTIMISTA demais
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...OBRIGADA SENHOR


OBRIGADA ANGOLA, OBRIGADA PESSOAS

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

SERÁ QUE ANGOLA ENCONTRARÁ O CAMINHO DA DEMOCRACIA? Parte Dois

CONHEÇA UM POUCO SOBRE A ECONOMIA ANGOLANA

•PIB: US$ $53,929 biliões (77º) e o rendimento per capita foi de US$ 4,500 (121º) (Dados de 2006)
•Principais produtos de exportação: Petróleo, diamantes, minerais vários, madeiras, peixe, café, algodão e sisal.
•Estrutura do Emprego: Sector Primário 68,5%; Secundário 4,5%; Terciário 26,8%.
•Principais Parceiros Comerciais: China, Brasil, Portugal, África do Sul, EUA, Bélgica, Alemanha, França e Espanha
•Principais Portos: Luanda, Lobito e Namibe

Os diamantes e, em especial, o petróleo offshore dominam a economia nacional, sendo responsáveis pela quase totalidade das receitas. A agricultura e as indústrias manufactureiras estão se reorganizando com a volta dos financiamentos de capital.


Pela primeira vez em décadas, a inflação caiu abaixo dos 35%, em 2004, e a moeda local, o kwanza, permaneceu estável face ao dólar.

Desde o início da produção em grande escala, no final dos anos 1970, o petróleo tem dominado a economia angolana. As reservas dos campos de petróleo offshore, principalmente ao largo da bacia do rio Congo, em frente à província de Cabinda, são estimadas em 12 mil milhões de barris. Protegido da guerra civil, o sector petrolífero continuou a crescer, duplicando a sua produção entre 1990 e 2003, atingindo quase 1 milhão de barris/dia. Em 2003, o petróleo era responsável por mais de 45% do PIB, por 75% das receitas do Governo e por 90% por cento das exportações.

As minas de diamantes são a segunda maior fonte de receitas de exportação (cerca de 10 por cento do total). A única mina de kimberlite que resta no país, que é também a quarta maior mina de diamantes do mundo, é a mina de Catoca, situada na província de Lunda Sul.

O crescimento da economia interna dos sectores não mineiros já recuperou o nível que tinha no início da década de 90. As terras cultiváveis se beneficiam de chuvas regulares e são ideais para culturas de exportação, como o café (Angola já foi um dos quatro maiores produtores de café do mundo), sisal, tabaco, algodão, palma, açúcar, frutos cítricos e sésamo. A agricultura também foi muito limitada pela presença de minas por todo o país, um grande obstáculo que está sendo enfrentado pelo Governo central através de um programa de desminização. A situação é mais favorável com relação à pecuária, já que o gado não foi destruído durante a guerra.

 O sector manufactureiro, próspero antes da guerra civil, responsável por 18% do PIB em 1973. Esse sector é actualmente composto por pequenas indústrias (agroalimentar, bebidas e têxtil) e a sua participação ao PIB caiu abaixo dos 4 por cento.

Dados oficiais do Governo

Bom...puderam perceber que tudo gira em torno da guerra. E atualmente é "pura crise"...TUDO QUASE PARADO. Ainda tem um detalhe...essas informações do Governo não são seguras.

Será que Angola encontrará o caminho da democracia?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

De Angola para o meu AMOR PERFEITO!

NA MINHA CONTAGEM REGRESSIVA ... EU QUERO CANTAR PRA TODO MUNDO OUVIR ...



"Fecho os olhos pra não ver passar o tempo, sinto falta de você
Anjo bom, amor perfeito no meu peito, sem você não sei viver
Vem, que eu conto os dias conto as horas pra te ver
Eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você, sem você
Os segundos vão passando lentamente, não tem hora pra chegar
Até quando te querendo, te amando, coração quer te encontrar
Vem, que nos seus braços esse amor é uma canção
E eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você, sem você
Eu não vou saber me acostumar sem sua mão pra me acalmar
Sem seu olhar pra me entender, sem seu carinho, amor, sem você
Vem me tirar da solidão, fazer feliz meu coração"



Esse "um trabalho em Angola" permitiu muitas reflexões...permitiu consolidar, mais ainda, os meus vínculos de amor e amizade pelo ser humano, pelos meus amores, pelo meu amor perfeito.
 
VIVA O AMOR!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Será que Angola encontrará o caminho da democracia?

Conheça um pouco da história política de Angola.

"O MPLA, maior partido de Angola e no poder desde a independência, em 1975, realiza na segunda-feira o seu VI Congresso, o segundo do pós-guerra, com a nova Constituição e a luta pela transparência do Estado na agenda.

Este congresso, que decorre de segunda a quinta-feira, é o segundo em tempo de paz, tendo o anterior sido realizado em 2003, cerca de um ano depois do fim da guerra em Angola, com a morte em combate do líder da UNITA, Jonas Savimbi.
Fundado oficialmente a 10 de Dezembro de 1956, o MPLA apenas realizou o seu I Congresso em 1977, onde se constituiu como MPLA-Partido do Trabalho, elegendo o então Presidente da República, António Agostinho Neto, como seu líder.
A página oficial do MPLA justifica por “necessidade histórica” a realização do I Congresso em 1977, dois anos depois da independência, a 11 de Novembro de 1975, e 21 anos após a fundação do partido.
A 20 de Setembro de 1979, no seguimento da morte, em Moscovo, de Agostinho Neto, o Comité Central do MPLA escolhe José Eduardo dos Santos para presidente do partido. É investido no dia seguinte, passando a acumular também os cargos de Presidente da República Popular de Angola e de Comandante em Chefe das Forças Armardas Populares de Libertação de Angola (FAPLA).
O I Congresso Extraordinário do MPLA, realizado em Dezembro de 1980, confirmou José Eduardo dos Santos nos cargos que ocupava após a morte de Agostinho Neto.
O II Congresso do MPLA realizou-se em 1985 e ficou marcado, oficialmente, pela análise da primeira década de Angola enquanto país independente, definindo a estratégia para o futuro.O MPLA, nesta altura, contava com 34.732 membros.
Em 1990, realiza-se o III Congresso, do partido, com as mudanças projectadas pela queda do muro de Berlim e o desmoronamento soviético a marcar os trabalhos do conclave do partido em Angola.
Seguiu-se a abertura ao multipartidarismo, num período historicamente importante, quando se desenvolviam transformações políticas, económicas e sociais em quase todo o globo e que tiveram como consequência o clima de desanuviamento da tensão internacional e regional resultante do fim da guerra fria.
O MPLA já contava então com 65.362 militantes, dos quais 7.540 mulheres.O IV Congresso decorreu em 1998 e é a gestão da guerra com a UNITA, bem como as mudanças estruturantes na sociedade e no país que marcam a agenda. Já em tempo de paz, em 2003, o V Congresso marca a definição das linhas mestras do programa de reconstrução nacional iniciado com maior vigor em 2004 com recurso às milionárias linhas de crédito chinesas, sustentadas pela crescente produção petrolífera do país.
Nas notas finais do último congresso do MPLA, ficou registado “com alegria” a “forma digna como os militantes, simpatizantes e amigos do MPLA foram capazes, em tão pouco tempo, de perdoar e superar os traumas do passado, e como encaram agora, com espírito aberto, o confronto de ideias e a luta política, característicos de uma sociedade livre e plural”.
Consolidada a paz no país e com a democracia angolana sistematicamente questionada pelos actuais rivais políticos - os antigos inimigos militares da UNITA - a nova Constituição, que vai definir o novo modelo de eleição presidencial, e a luta contra a corrupção, para a qual o líder do partido pediu “tolerância zero”, serão os pontos quentes a debater nos três dias de trabalhos do VI Congresso do MPLA."

Lusa/RB

Será que Angola encontrará o caminho da democracia?

domingo, 6 de dezembro de 2009

Está chegando a hora!

Está chegando a hora de voltar
Venho aqui dizer que foi muito bom
Em qualquer lugar por onde eu andar
Vou lembrar de Angola
Não vou dizer adeus...
Mas seguir para o meu caminho
Levando no coração e na mente muitos saberes, sabores e imagens 
Não ligue se acaso eu chorar... é certo
Mas agora ...
Tchau Angola
O meu coração brasileiro, sertanejo
Ensinou e aprendeu muito, muito mais
Com Angola e os angolanos




Com os magnifícos imbondeiros e o lindo pôr do sol
Laços foram fortalecidos
Obstáculos contornados, vencidos
Amizades construídas, marcas fincadas
Olho para frente e para traz
Mais histórias para a minha história de vida 

Está chegando a hora
Não ligue se acaso eu chorar... é certo

Mas agora ...
Tchau Angola
Obrigada  Angola






sábado, 5 de dezembro de 2009

De Angola para uma "Rinha Acadêmica" em Irecê!

Alô...bom dia...o mundo tecnológico permite situações maravilhosas, facilidades comunicacionais fantásticas...
Alô bom dia para todos os cursistas e demais participantes do seminário de encerramento do ciclo três do curso de pedagogia da Ufba/Irecê...foi assim que contei rapidamente para as colegas queridas da minha terra  o meu olhar contextualizado sobre Angola... foi tão bom!
Dessa maneira participei da "Rinha" (espaço de discussão)...o telefone foi o meu microfone que levou a minha voz até o auditório repleto de aprendizes do conhecimento, vivendo  ricas experiências, discutindo sobre emergências contextualizadas no ACONTECER/Acontecido...levou também a minha vontade permanente de aprender, conhecer, participar, construir...mais um pouco...aproveitei a oportunidade para matar um pouquinho as saudades.

Foi tão bom participar dessa "Rinha"!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Olhares da crise!

Quando aqui cheguei para todos os lados que olhava só via construção, muita gente trabalhando, capacates de muitas cores...

O MEU OLHAR

Ontem...Angola, um país em (re)construção...um dos países que mais tinha crescido economicamente no mundo. Muito petróleo, muitas empresas, muitos estrangeiros, muitas obras, ruas e avenidas, linhas de transmissão, canalizações, prédios públicos, contatos...
Hoje...Angola, um país em crise, grave crise...quase tudo parado, milhares de demissões, empresas falidas, calote, Governo sem rumo, corrupção, lágrimas, angústias...

OUTRO OLHAR

"Para finalizar, apelo à reflexão de todos envolta no seguinte: De que crise estamos nós a falar? Não andará já em crise um país com taxas de desemprego acima dos 40% da sua força activa? Não andará já em crise um país que concentra 50% do seu país num único sector? Não andará já em crise um país cujas exportações são em 95% de um produto primário, sem valor acrescentado? Não andará já em crise um país em que 70% da actividade empresarial anda concentrada numa única província, a mesma que concentra quase metade da sua população e 100% das direcções das instituições públicas? Às tantas, já não estamos nós aptos para vencer este “incremento” na crise que “vivemos com ele”? "

Amanhã...Angola, um país que precisa buscar o seu rumo, resgatar a sua força, preservar o seu povo - seu maior patrimônio, fortalecer as suas instituições, combater a corrupção, democratizar ...

Desejo Felizes Olhares para Angola!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Como é bom ser amiga ...







...de uma "elefanta e de uma cachorra", falou a "gata".


Aqui em Angola estou podendo reafirmar e vivenciar, em todos os momentos, o valor da amizade na vida de uma pessoa, de todas as pessoas, de três amigas que se reuniram  nas descobertas e complexidades das relações humanas ...e descobriram como é bom ser amiga, ter amizade, confiança...crescer e aprender juntas, chorar e sorrir juntas, almoçar e jantar juntas...chegar e sair juntas...

É possível uma gata, uma cachorra e uma elefanta serem amigas?
Entre Soraya, Imára e Marília sim.

E quem confirma é ...

...Vinícius de Moraes



" Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivesse morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos"

Obrigada AMIGAS!!!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Guerra e a Aids em Angola.

Você sabia que a Guerra impediu a expansão da Aids em Angola?
As pessoas e o "vírus" não circulavam por aqui...muitas bombas, tanques, soldados, metralhadoras, fome, morte...será que existe o lado "bom" de uma guerra? Duvido. Que tristeza.
Cerca de 68% das pessoas contaminadas com  Aids no mundo vivem na África, principalmente na Subsaariana. Que tristeza.
No resto do mundo a edipemia vem diminuindo, infelizmente na África ela se agrava. Que tristeza.
O primeiro caso de Aids identificado em Angola foi em 1985. Mas...Angola é um dos países da África Subsaariana com menor índice de pessoas contaminadas, cerca de 2,1%, segundo  dados oficiais. A Guerra "levou medo" para a Aids. Que tristeza.
Hoje, 1 de dezembro é o dia internacional de combate a Aids...precisamos também combater as guerras, a fome, a corrupção, a falta de escolas e hospitais, a falta de bem querer e amor entre os seres humanos.

A África precisa, Angola precisa...nós precisamos. Que tristeza.
Encontrar caminhos...é urgente..."tristezas, por favor vão embora".